Carlos Silva

Economia na América Central em 2025: Avanços, Riscos e Perigos

Avanços e Recuperações
Países como Panamá e Costa Rica têm liderado a retomada econômica na região. O Panamá mantém um crescimento impulsionado por sua posição estratégica no comércio marítimo e por investimentos em infraestrutura e logística. Segundo dados do Banco Mundial (2025), o PIB panamenho deve crescer cerca de 5,2% neste ano, mantendo a média de recuperação pós-pandêmica.
Já a Costa Rica aposta na economia verde e no turismo sustentável, além de políticas de atração de investimentos estrangeiros em tecnologia e serviços. A OCDE aponta o país como modelo de estabilidade democrática e boas práticas ambientais, o que reforça sua imagem internacional e atrai novos investidores.
Riscos Econômicos Persistentes
Apesar desses progressos pontuais, a América Central como bloco continua vulnerável a fatores internos e externos. Um dos principais riscos é a alta dependência de exportações primárias, como café, banana e açúcar, cujos preços são voláteis no mercado internacional. A falta de diversificação produtiva agrava a instabilidade econômica de países como Honduras, El Salvador e Nicarágua.
Outro fator de alerta é o endividamento público. De acordo com o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL, 2025), o nível da dívida pública em relação ao PIB permanece acima de 60% em vários países centro-americanos, limitando investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Perigos Políticos e Sociais
A instabilidade política, especialmente em países como Nicarágua, onde o regime de Daniel Ortega é amplamente criticado por violações de direitos humanos, afugenta investidores e compromete o comércio regional. A repressão a opositores e o cerceamento à imprensa livre elevam o risco-país e isolam economicamente a nação.
A violência urbana e o poder das gangues, principalmente em El Salvador, Guatemala e Honduras, também continuam sendo entraves ao crescimento. Apesar do endurecimento das políticas de segurança em El Salvador sob o presidente Nayib Bukele que implementou mega prisões e um estado de exceção organizações de direitos humanos alertam para o autoritarismo e abusos legais, o que pode prejudicar parcerias internacionais e acordos comerciais.
Vulnerabilidade Climática
Por fim, a ameaça climática é uma constante na região. A América Central é uma das áreas mais vulneráveis a furacões, secas e enchentes, e eventos extremos se intensificaram nos últimos anos devido às mudanças climáticas. A agricultura, que sustenta grande parte da economia local, é frequentemente devastada, aprofundando a pobreza e forçando migrações internas e externas.
Conclusão
A América Central em 2025 está diante de um cenário ambíguo: há sinais de recuperação em algumas economias, mas os riscos estruturais, climáticos e políticos ainda dominam o horizonte. A integração regional, o investimento em educação e inovação, e a defesa da democracia são caminhos necessários para garantir um futuro mais próspero e estável.
Referências:
Banco Mundial. “Global Economic Prospects – América Central 2025”. Junho de 2025.
OCDE. Costa Rica Economic Outlook. Abril de 2025.
CEPAL. “Estudio Económico de América Latina y el Caribe 2025”. Maio de 2025.
Human Rights Watch. Relatório sobre Direitos Humanos na Nicarágua e El Salvador, 2025.
UNDP. “Vulnerabilidade climática na América Central”, Relatório de 2024.
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