Thiago Moreno

Produção Cultural
Cultura

Exposições de Arte Pop em São Paulo.
Em junho de 2025, São Paulo abriga duas mostras marcantes: uma retrospectiva de Andy Warhol na FAAP (600 obras) considerada a maior fora dos EUA, e a exposição “Pop Brasil: vanguarda e nova figuração (1960‑70)” na Pinacoteca, reunindo cerca de 250 obras de 100 artistas brasileiros com forte viés político.
De 12 a 26 de junho, o 17º In‑Edit Brasil estreou na plataforma Itaú Cultural Play, destacando documentários musicais com forte presença feminina sete produções, cinco com protagonistas mulheres.
O Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) tem data confirmada para agosto em Volta Redonda, com música, cinema, gastronomia e negócios culturais.
2025 está consolidando o Brasil como protagonista cultural: exposições internacionais, protagonismo em Cannes, festivais diversos, políticas públicas ativas (via Caixa, editais e cooperação internacional) e forte presença de gênero e inclusão. De arte pop às influências regionais, o país se mostra vibrante e engajado na transformação cultural.
Vou abordar um assunto muito delicado que é a falta de patrocínio da iniciativa privada. O setor privado ainda é tímido em apoiar cultura. Mesmo com incentivo fiscal, muitas empresas não veem retorno direto no apoio à arte. Quando há patrocínio, há preferência por projetos mais comerciais ou voltados ao público de elite, o que deixa produções experimentais, políticas ou populares à margem, e cá entre nós, produções e conteúdos com extrema qualidade. Muitos artistas vivem de “bicos” e de trabalhos intermitentes. A ausência de contratos estáveis, direitos trabalhistas e políticas de seguridade social faz com que poucos consigam se dedicar exclusivamente à criação. Profissionais da dança, circo e teatro são especialmente afetados pela falta de espaços permanentes e circuitos de circulação.
Não basta um edital pontual: artistas precisam de políticas continuadas, com formação, acompanhamento e difusão. Muitos projetos acabam ficando pelo caminho por falta de fomento à continuidade ou por desarticulação entre governo federal, estadual e municipal. Apesar de avanços recentes com o Ministério da Cultura reestruturado, a arte ainda sofre com preconceitos ideológicos, sendo acusada de “elitista” ou “improdutiva” por parte da sociedade ou da classe política. Isso dificulta a aprovação de orçamentos robustos e cria instabilidade para políticas culturais de longo prazo.
Thiago Moreno
COMENTÁRIOS