Maude Salazar

Quando a mentira se organiza, a verdade sangra em silêncio

Quando a mentira se organiza, a verdade sangra emsilêncio
Vivemos num tempo em que a mentira tem método,algoritmo e megafone.
Não é mais apenas uma falha humana ocasional, é estratégia. É campanha. É arma.
As redes sociais aceleram o veneno. Os discursos públicos o consagram. As salasde aula tentam, aos trancos, sobreviver a ele.
E o que diria Jesus, aquele que nunca escreveu umlivro, mas cujas palavras ecoaram por milênios?
Disse uma vez: “Conhecereis a verdade, e averdade vos libertará.”
Hoje, talvez repetisse isso olhando diretamente para a câmera de um celular,enquanto o mundo scrolla superficialidades e desinformação.
Não negociava com o engano. Não relativizava a mentira.
Chamava hipócritas pelo nome. Denunciava mestres falsos.
E, mais do que curar corpos, curava consciências.
No tempo em que vivemos, a verdade virou artigo deluxo.
A mentira, travestida de opinião, de “outro lado”, de “liberdade de expressão”,se espalha como um vírus que não encontra mais anticorpos.
E o povo perece, não por falta de fé,mas por falta de discernimento.
Quando mentimos em massa, crucificamos de novo oamor.
Fazemos da desinformação uma cruz moderna, e nela penduramos a chance deconvivência, empatia e justiça.
Jesus, hoje, não estaria no topo das plataformasnem nos púlpitos luxuosos.
Estaria entre os que ainda tentam dizer a verdade, mesmo quando não dá ibope.
E nós? Seguimos os gritos ou escutamos o silênciolúcido de quem ainda crê na palavra íntegra?
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