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Pedra Bela,05/09/2025

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Carmem de Lucca

Planeta em alerta: o estado ecológico da Terra em 2025 e o que esperar até 2035

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Planeta em alerta: o estado ecológico da Terra em 2025 e o que esperar até 2035

O ano de 2025 chega marcado por uma realidade cada vez mais urgente: o planeta Terra está em uma encruzilhada ecológica. Dados atualizados de organizações internacionais apontam que, apesar de pequenos avanços em políticas ambientais, os desafios climáticos, a perda de biodiversidade e a escassez de recursos naturais continuam a ameaçar a estabilidade ecológica global.

Segundo o Relatório do Estado do Clima 2025, publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), a temperatura média global já aumentou 1,26 °C em relação aos níveis pré-industriais, aproximando-se perigosamente do limite de 1,5 °C estabelecido pelo Acordo de Paris. "O planeta está emitindo sinais de alerta", afirma Petteri Taalas, secretário-geral da OMM. “Estamos perto de um ponto de não retorno.”

🌡️ Aquecimento global em ritmo acelerado

O aquecimento global tem provocado efeitos cada vez mais visíveis. Secas extremas, enchentes e eventos climáticos severos se intensificaram em várias partes do mundo. Na América do Sul, a Bacia Amazônica sofre com desmatamentos persistentes, que impactam diretamente o regime de chuvas e o equilíbrio climático regional.

Em 2024, o Brasil registrou o maior número de queimadas desde 2019, com mais de 120 mil focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ao mesmo tempo, a região Sul enfrentou enchentes históricas, com prejuízos estimados em R$ 12 bilhões. A contradição entre seca e excesso de chuvas é, segundo especialistas, um sintoma direto da crise climática.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) projeta que, se nada for feito, a Terra poderá aquecer até 2,7 °C até 2100, o que causaria impactos catastróficos. Nos próximos dez anos, é esperado o aumento de zonas inabitáveis por causa do calor extremo, especialmente no Oriente Médio, norte da África e partes da Índia.

🌳 Perda de biodiversidade e ecossistemas ameaçados

Outra preocupação central é a rápida perda da biodiversidade. De acordo com a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cerca de 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção, muitas ainda neste século. Em 2025, as florestas tropicais continuam sendo desmatadas em ritmo alarmante.

A Mata Atlântica brasileira, por exemplo, perdeu 73% de sua cobertura original. A fauna local  como o mico-leão-dourado, a onça-pintada e diversas espécies de aves  encontra-se em risco severo. Em escala global, o desaparecimento de polinizadores, como abelhas e borboletas, já afeta a produção agrícola e o equilíbrio de ecossistemas.

A degradação de recifes de corais é outro alerta. Especialistas estimam que mais de 70% dos corais do mundo já estão branqueados ou mortos por conta do aumento da temperatura dos oceanos e da acidificação causada pelo excesso de dióxido de carbono (CO₂).

🧪 Poluição e escassez de recursos naturais

A poluição também avança. Oceanos enfrentam um nível recorde de microplásticos, estimando-se que há mais partículas plásticas do que peixes em algumas regiões marítimas. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alerta que 11 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos mares a cada ano.

Além disso, a escassez de água doce se tornou um problema crítico. Cidades como Cidade do Cabo (África do Sul), Chennai (Índia) e até mesmo metrópoles latino-americanas enfrentam risco de colapso hídrico. Segundo a Unesco, mais de 3,5 bilhões de pessoas podem viver sob forte estresse hídrico até 2035, se o ritmo atual for mantido.

🛠️ Soluções, esperanças e previsões para 2035

Apesar do cenário preocupante, há avanços e iniciativas promissoras. A transição energética ganha força: energias renováveis, como solar e eólica, já representam 30% da matriz energética global em 2025. A Agência Internacional de Energia projeta que, até 2035, esse número ultrapasse 60%.

A tecnologia também pode ajudar. Agricultura regenerativa, uso de inteligência artificial na previsão de desastres, reflorestamento por drones e captura de carbono estão sendo testados e aplicados em escala crescente. Governos começam a implementar legislações mais severas contra crimes ambientais e subsídios aos combustíveis fósseis estão sendo revistos.

O ativismo climático jovem  com figuras como Greta Thunberg, Vanessa Nakate e movimentos como Fridays for Future  continua pressionando por mudanças estruturais. A chamada “Geração Verde” representa a esperança de uma mudança de mentalidade mais sustentável e menos consumista.

A ONU propõe que os próximos 10 anos sejam a Década da Ação Ecológica, com metas para reverter a perda de biodiversidade, restaurar 1 bilhão de hectares de ecossistemas degradados e reduzir em 50% as emissões globais até 2035.

⏳ O tempo é agora

O planeta está em um momento de definição. A ciência é clara: se os países agirem juntos  com compromisso político, financiamento e educação ambiental é possível evitar os piores cenários. Mas o tempo é curto.

Como afirmou recentemente António Guterres, secretário-geral da ONU: “Estamos em guerra com a natureza. E a natureza está contra-atacando. Precisamos de paz com o planeta, antes que seja tarde demais.”



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