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Pedra Bela,05/09/2025

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Carmem de Lucca

Governantes falham na proteção ambiental: natureza global segue em colapso

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Governantes falham na proteção ambiental: natureza global segue em colapso

Enquanto a crise climática se intensifica e os efeitos da degradação ambiental tornam-se cada vez mais visíveis, a resposta da maior parte dos governantes mundiais segue aquém do necessário. Desmatamento desenfreado, contaminação de rios, escassez de água potável e o colapso da vida marinha compõem um cenário alarmante em 2025  marcado pela inércia política diante do colapso ecológico.

Apesar dos compromissos assinados em fóruns internacionais como o Acordo de Paris e as COPs (Conferências das Partes), especialistas denunciam a distância entre o discurso diplomático e a prática ambiental. A natureza, dizem, segue sendo tratada como um ativo explorável, e não como a base da vida.

Florestas: desmatamento avança, metas retrocedem

Segundo dados do Global Forest Watch (GFW), o mundo perdeu aproximadamente 3,7 milhões de hectares de cobertura florestal primária apenas em 2023. O Brasil, a República Democrática do Congo e a Indonésia lideram o ranking da destruição, impulsionados por atividades como mineração, agronegócio, pecuária e extração ilegal de madeira.

Na Amazônia brasileira, por exemplo, embora tenha havido uma leve redução no ritmo de desmatamento em 2024, o número de queimadas voltou a crescer em 2025, com mais de 18 mil focos ativos registrados até junho, segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

“Estamos esgotando as florestas que regulam o clima, preservam a biodiversidade e garantem o ciclo da água. E muitos líderes seguem tratando esse tema como algo secundário, quando deveria ser uma prioridade global”, afirma a bióloga colombiana Lina Torres, consultora da ONU Meio Ambiente.

Água: escassez se agrava em diversas regiões

Em relatório de março de 2025, a UNESCO alertou que mais de 2,5 bilhões de pessoas vivem em áreas com risco extremo de escassez de água. Em países como Índia, Irã, África do Sul e México, a competição por água doce já gera conflitos locais e deslocamentos populacionais.

A poluição de rios e aquíferos também agrava a situação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem anualmente por doenças relacionadas à água contaminada. No Brasil, casos recentes de colapso no sistema Cantareira, em São Paulo, e a contaminação do Rio Doce após o rompimento de barragens continuam sem soluções estruturais.

Oceanos: um ecossistema em agonia

O estado dos oceanos também é crítico. Estudo publicado em junho de 2025 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que mais de 90% das espécies de recifes de coral tropicais estão em risco de extinção até 2030, devido ao aumento da temperatura, acidificação das águas e poluição plástica.

A cada ano, mais de 11 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos, segundo o PNUMA. Ao mesmo tempo, governos seguem subsidiando a pesca industrial predatória, sem controle sobre estoques pesqueiros. A chamada “zona morta” do Golfo do México, por exemplo, já ultrapassa 10 mil km².

Compromissos quebrados e metas distantes

Apesar dos alertas científicos e da pressão de ONGs e movimentos sociais, os líderes mundiais seguem falhando em cumprir compromissos assumidos. O relatório Emissions Gap 2024 da ONU revelou que, mesmo com metas anunciadas, os atuais planos climáticos nacionais levarão o planeta a um aumento de temperatura de 2,7°C até o fim do século  acima do limite de 1,5°C acordado em Paris.

A COP30, que será sediada em Belém do Pará em 2025, é vista por ambientalistas como uma das últimas chances de unir esforços reais. No entanto, tem sido marcada por impasses políticos e resistência de países altamente poluentes, como China, Estados Unidos e Rússia, a adotar cortes mais severos nas emissões.

A natureza exige ação imediata

O cenário é claro: a natureza está dando sinais de esgotamento, enquanto líderes políticos priorizam interesses econômicos e eleitorais de curto prazo. Especialistas reforçam que ainda há tempo para reverter parte dos danos  mas a janela de ação está se fechando rapidamente.

“A crise ambiental não é uma ameaça futura, é uma realidade presente. E os governos têm a obrigação moral e legal de agir. Adiar decisões hoje custará milhões de vidas amanhã”, adverte a climatologista brasileira Marina Nascimento, membro do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

A natureza está em colapso. O que falta é responsabilidade política.



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