Regina Papini Steiner

Conectados demais para estarmos juntos?

Vivemos grudados nas telas. É reunião no Zoom, scroll infinito no Instagram, vídeos no TikTok, grupos no WhatsApp e, ironicamente, tudo isso nos deixa cada vez mais... sozinhos.
As horas gastas na internet não são mais simples passatempos: elas moldam nossos hábitos, relações e até mesmo nosso jeito de sentir. Enquanto trocamos “likes”, perdemos olhares. Respondemos mensagens, mas adiamos conversas. E na tentativa de estar com todos, às vezes não estamos com ninguém.
Estudos recentes da Organização Mundial da Saúde mostram que o uso excessivo de telas está ligado ao aumento da ansiedade, insônia e à diminuição da empatia. Não por acaso, cresce a quantidade de pessoas que se sentem desconectadas mesmo rodeadas de notificações. Onde está o laço humano que nos sustentava?
Claro, a internet também aproxima. Amizades nascem em fóruns, amores surgem em aplicativos, causas ganham voz nas redes. Mas o que era ponte, virou prisão. O problema não é a internet, é o exagero. O desequilíbrio. A dependência.
Talvez o maior ato de amor próprio e social neste tempo seja olhar no olho. Desligar o celular por algumas horas. Marcar um café sem filtro, sem selfie, sem story. A vida social começa quando a gente aparece de verdade.
Por Regina Papini Steiner
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