Regina Papini Steiner

A Importância da Calma nas Decisões

Vivemos tempos acelerados. As redes sociais nos empurram para respostas rápidas, as manchetes se atropelam em nossos celulares, os prazos encurtam. Tudo nos leva a crer que decidir com urgência é sinônimo de inteligência ou eficiência. Mas será?
A pressa tem se tornado um vício disfarçado de virtude. No entanto, decisões tomadas sob pressão ou impulsividade têm um custo alto pessoal, social e até institucional. Quando falta a calma, sobra espaço para o erro.
Na vida pública, quantas políticas foram implantadas às pressas, sem escuta, sem debate, apenas para dar uma resposta imediata a uma crise ou agradar um público momentâneo? O resultado, muitas vezes, é desastroso: leis ineficazes, retrocessos sociais e desperdício de recursos.
Na vida privada, não é diferente. Decidir uma mudança de carreira, um relacionamento ou um rompimento em momentos de tensão raramente leva ao melhor desfecho. A calma, por outro lado, não é sinônimo de passividade ela é a base da sabedoria. É na pausa que se ouve com mais atenção, se observa o cenário com clareza e se toma decisões mais justas, duradouras e éticas.
A calma permite que sentimentos como raiva, medo ou vaidade não ditem nossos passos. Ela nos devolve o protagonismo racional. E isso não significa ser lento ou indeciso. Significa ter firmeza e serenidade para agir com consciência, mesmo diante do caos.
Numa sociedade cada vez mais reativa, a calma virou um ato de resistência. Cultivá-la é um exercício diário, quase político, de cuidado com o outro e com nós mesmos. Afinal, o futuro é construído pelas decisões de hoje e elas merecem o melhor de nós: lucidez, escuta e tempo.
por Regina Papini Steiner
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