Regina Papini Steiner

Alzheimer e o Brasil

O Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas que mais cresce no Brasil, acompanhando o envelhecimento acelerado da população. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), estima-se que mais de 1,2 milhão de brasileiros vivam atualmente com a doença número que deve triplicar até 2050, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Envelhecimento populacional
O Brasil está em transição demográfica. A expectativa de vida aumentou, e a proporção de idosos cresce rapidamente. Como a idade é o principal fator de risco para o Alzheimer, o número de casos tende a aumentar proporcionalmente.
2. Desafios no diagnóstico
Muitos casos são diagnosticados tardiamente. Os sintomas iniciais como esquecimentos leves, desorientação e dificuldades de linguagem são confundidos com "coisas da idade". Além disso, há falta de preparo e recursos nos sistemas públicos de saúde para um diagnóstico precoce e eficaz.
3. Acesso desigual ao tratamento
O tratamento envolve medicamentos, suporte psicológico e acompanhamento multidisciplinar. No entanto:
O SUS oferece tratamento gratuito, mas com acesso limitado a medicamentos mais modernos.
A rede privada é cara e inacessível para grande parte da população.
Faltam políticas públicas que amparem as famílias e cuidadores, que muitas vezes enfrentam a sobrecarga física e emocional sem apoio.
4. Estigma e desinformação
Ainda existe muito preconceito e falta de informação sobre a doença. O Alzheimer não é “coisa da velhice” comum é uma condição grave, progressiva e que demanda cuidados específicos.
O que tem sido feito
Campanhas de conscientização em setembro (Mês Mundial da Doença de Alzheimer) e em datas específicas.
ONGs e associações, como a ABRAz, promovem apoio e informação a pacientes e familiares.
Algumas cidades implementaram centros de referência para atendimento de idosos com demência.
O que falta fazer
Investimento em pesquisa nacional sobre Alzheimer.
Capacitação de profissionais da atenção básica.
Políticas públicas de longo prazo, que combinem saúde, assistência social e apoio às famílias.
Inclusão de cuidadores familiares nas estratégias do SUS.
Mais campanhas educativas que ajudem a identificar sinais precoces e combater o estigma.
COMENTÁRIOS